O tolo que deu o poder
Ao tirano agora implora
Por justiça da injustiça,
Que humilha desvarola,
Mas se sente confiante
Na caixinha de pandora!
Deixa-se ser governado
Sob a canga no pescoço,
Fútil se doa incontrito
Quer a vida sem esforço,
Zomba da honestidade
Vê na mentira um colosso.
Reflete os anos devotos
Sem se mostrar compungido,
Entende ser seu fadário
Sujeitar-se restringido
Serviçal, fiel sabujo,
Pelos deuses escolhido.
Nada além d’um sevandija
Toca-lhe à mente helminta
Que sem o mar das entranhas
Murcha-se aos poucos faminta
Com a absência de alimentos
A sua fome indistinta.
Sente-se um pária fausto
E sonha o sonho comum
Como tantos outros sonhos
Que se sonha em cada um
Sonho que morre sem sonho
Vivendo sonho nenhum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário