NA
PAZ DE SÃO SARUÊ
Certamente
o criador
Com
sua luz infinita
Fará
justiça aos pequenos
Em
absolvição a desdita
De
nascer em um País
Coiteiro
de parasita.
As
urnas trocam governos,
Mas
não alteram o poder,
Que
se mantém invisível
Pra
não se comprometer,
Esconso
não suja as mãos
Manda
sem aparecer.
Age
sem deixar vestígio
Nem
impressões digitais,
Torna-se
imune, eximido,
Das
práxis habituais,
Fato
que é reconhecido
Até
pelos tribunais.
O
poder nunca quis ser
Governo
pra não se expor,
Mas
sabe que tudo pode
Como
um grande ditador!
A
justiça nunca o alcança
Vive como predador.
O poder não pede chuvas
“Pra
não ficar com a lama”;
Menospreza
o povo, o voto
Pra
não se envolver em drama,
Não
gosta de eventos públicos
Nem
necessita de fama.
Veste-se
de megaempresas
Para
pautar os governos;
Frustram
políticas públicas
Com
velhos termos modernos,
Onde
o “desejo e o possível”
Moram
em lares fraternos.
Os
governos sempre passam,
Mas
o poder permanece.
Vivo
forte, inabalável,
Monstro
que se fortalece
Nos
porões das injustiças,
Que
o povo tanto padece!
E,
se num lance arriscado
Confundir-se
na jogada,
Acautela-se
manhoso,
Com
outra turma escalada,
Para
dar as velhas cartas
De
forma dissimulada.
A
loucura do poder
Precisa
ser controlada,
Observada
de perto,
Bem
medida e bem pesada
Pra
não cruzar os limites
Da
fronteira regulada.
O
poder nodoa a justiça
A
justiça então o poder,
Dois
vinhos que se rejeitam
E
se amam num só querer
Depois
se odeiam em público,
Na
paz de São saruê.
MARIO BENTO DE MORAIS
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