quarta-feira, 7 de setembro de 2016

DESSILENCIAR-SE


Aproximam-se caudalosamente as eleições de 2016, as expectativas essencialmente cívicas ganham contornos exponenciais de barganhas; as mentiras se arvoram em verdade, a verdade sucumbe ante a truculência dos facínoras; os sonhos se nos oferecem reais e quase perfeitos de repente tolhem-se por ordem da força gananciosa que os faz distantes, inatingíveis.
Porém, sem alarde chega o tempo de se dessilenciar. A liberdade pródiga vence a teimosia do opressor que padece mais que o oprimido. O grito da rua rompe a cortina de ferro e ecoa solene, triunfante, ensurdecedor no banker daqueles que não gostam do povo. A esperança alvissareira retesa a justiça do seu arco e feri o núcleo da consciência do deus insensível que certamente morrerá na eternidade; todavia, ninguém vence o povo!
A política, dama mística, encantadora e pura, nascera feliz no berço da liberdade, na velha Grécia, como arte da organização. Mas, alguns homens tornaram-se presas fácies da cobiça aceitando os seus estímulos, iscas que os fazem venais, prostituindo a bela filha da cultura Grega.
Para alguns, a política é sem duvida a mãe generosa do rico e para a maioria é verdadeiramente a madrasta impiedosa do pobre.      
Acontece que num processo político o cidadão deve ser sempre a estrela maior, varão nobre armado de seus soberanos direitos civis, políticos e sociais, sob a guarda diuturna do estado. E falando em política disse Aristóteles: “na democracia os pobres são reis porque são a maioria, e a vontade da maioria tem força de Lei”. Cláusula pétrea! 
Embora a sentença não realce a realidade, também é verdade que nós pobres desconhecemos a nós mesmos, a nossa força se limita sempre em desprezarmos aqueles que querem o nosso bem, de modo que estes estão dentre os pobres que nós sempre rejeitamos e, às vezes, não os queremos conhecer. Porém, eu tenho um sonho, o de ainda ver essa infeliz realidade mudar; o povo é probo; os políticos...






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