FOTOGRAFIA -
MANOEL LUCENA – COLÓ.
Blog colocidade
Foste
tu, velho pau d’arco
Senhor
de linda ramagem
Representante
supremo
Da
natureza selvagem
Rebento
divo da terra
Que
enfeitava a paisagem.
Quanta
inveja causaste
Ao
te ornares de flores!
Quanta
magia esbanjaste
Em
meio à flora em cores!
Quantas
tribos amparaste
Cansadas
de suas dores!
Cansadas
de suas dores,
Quantas
tribos amparaste?
Em
meio à flora em cores,
Quanta
magia esbanjaste?
Ao
te ornares de flores
Quanta
inveja causaste?
Quantas
aflitas cantigas
Ouviste
na tempestade
Das
tribos antes da guerra
Invocando
a divindade
Com
os guerreiros em transe
Num
misto de ansiedade?
Depois
da guerra a dança
Pra
festejar a vitória:
Rituais
e oferendas,
Sacrifícios,
fé e gloria
Aos
deuses purificados
De
existência in memória.
Olhando teu esqueleto
Vejo quanta violência
Sobre tu velho pau d’arco
D’uma gente sem consciência
Que assistiu a tua morte
Sem te prestar assistência.
Durante teus ledos anos
Suportaste mil tormentas
Nos dias tempestuosos
Ou nas tardes nevoentas,
Nem estragos te fizeram
As borrascas truculentas!
Se de pé estais ainda
Com esse gesto funesto,
É porque o teu destino
Expressa um manifesto
Num grito silencioso
Como forma de protesto.
A tua imagem medonha
Em situações noturnas,
Causa impressões assombrosas
E vibrações taciturnas
Com rajadas destorcidas
Das ventanias soturnas.
Deste nome a um bairro
No auge de tua grandeza
Pujante, linda, viçosa,
A divisão da beleza,
Estandarte da caatinga,
Relíquia da natureza.
Por fim, meu velho pau d’arco,
Fatal foi minha omissão
Sou cúmplice de tua morte
Por não te dar proteção,
De joelhos ao teu cerne
Venho te pedir perdão.
João Pessoa – PB, 10 de agosto de 2014.
Mário Bento de
Morais
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