Escrever sobre as belezas da Literatura de
Cordel causa em mim um bem estar agradabilíssimo. Não apenas porque eu a
admiro, mas porque me traz uma sensação de liberdade cultural instigante, de um
prazer só sentido por quem já ouviu um cantador improvisar sobre as agruras, o
sofrimento, as angustias do povo do sertão. Patativa do Assaré assevera: a dor
só é bem cantada, cantada porque padece. Essas coisas lindas saem da alma, elas
não podem ser ditas apenas por força de expressão nem atiradas ao vento sem serem
sentidas, têm que vir de dentro, do âmago para causar o que só o sertanejo
sente quando ler ou escuta da boca do vate, algo como o que disse Oliveira de
Panelas. Gênero o que é que me falta fazer mais.
Escapei do dilúvio de Noé;
Escrevi as idéias de Rousseau;
Fui a Tóquio dar aulas de robô;
Graduei o profeta Maomé;
Ensinei futebol ao rei Pelé;
Campeão de três copas mundiais;
Construí a prisão de alcatraz;
Banhei-me no triangulo das bermudas;
Consegui liberdade para Judas;
O que é que me falta fazer mais.
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