sexta-feira, 17 de maio de 2024

15 DE AGOSTO DE 2023 - A HISTORIA.


15 de agosto... A desonra

Veio trazer dor e choro

Ao meio já calejado

De insalubre desaforo

Da pobreza combalida,

Insatisfeita, falida,

Pela falta de decoro.


Insípido e inodoro,

Mas por graça da franquia

Tornou-se as dores do povo,

Que sem razão o delinquia,

como se um gens do passado

Voltasse, sedento, ousado,

Oh! sus! Velha oligarquia!


Eia! Tempo de anarquia

Com o voto encabrestado:

A "servidão voluntária"

Sob o chicote arretado,

Que no ar fazia uma dança,

No corpo grave mudança

Sobre o lombo do coitado.


Mas o verdugo espritado

Tinha poder sobre a vida,

Dominava a dor da morte

Em vista a sorte vencida

Pela fraqueza humana

Vestida de soberana,

Mas moralmente ofendida.


Oh! Meu ramo foi doída

As manhãs sem liberdade,

Morre-se a primeira morte

Sem viver a eternidade

Pagando os onze pecados

Todos criminalizados

Pela força da vaidade.


O ímpeto da tempestade

Sobre os destinos avança

E desaba incontinente

Sem margem para lembrança,

Assim os velhos costumes

Trazem inférteis estrumes

Que incendem desesperança.


Vinte e seis. Sus! Tem festança,

Céu azul, plena claridade!

Ar puro, afável, profundo...

Eis o que é a liberdade,

Comparada a servidão.

Oh! Pergunte ao cidadão

A cor da sociedade.


Mário Bento de Morais

quarta-feira, 15 de maio de 2024

SONETO/ OS VERSOS CEM FORMA


Todos assistiram ao desespero

Póstumo de tuas velhas vaidades

Vividas no submundo das maldades

Porção inferior de teu destempero.


Em luto a nudez de tuas verdades

Disformes motivos de teu exagero

Intenso, sem suscitar refrigero,

Para dedica-se as frivolidades.


No entanto, a tua festa continua

Em desfile pelas dores da rua,

Absorvidas nos concertos do fumo,


Assim as ambições se dão ao cansaço,

As veleidades se vão pelo espaço

A vida se torna uma nau sem rumo.



Mário Bento de Morais