Costumamos buscar
informações dos grandes poetas do passado para passarmos aos amigos que gostam
da cultura do povo, de modo que os deixem cientes de algo verdadeiro, real, sem
manipulação nem vaidades, mas certos dos fatos importantes que marcaram um tempo,
uma gente. Estivemos em algumas cidades do sertão paraibano principalmente em
dia de feira, uma festa a parte! Os tipos ainda singelos e bonitos, a maneira
gentil e pura de ser, a franqueza pedagógica que aprendera com os antigos e a
hospitalidade de sempre. Tudo é muito especial porque marca a gente com uma
profundidade impar e, mesmo sendo da raiz sertaneja como sou de carteira e de
identidade, emociona, gera uma grande recordação e mexe com os nossos mais
remotos sentimentos.
A nossa busca foi um
sucesso, colhemos um pequeno retalho da história de um antigo vate da cultura
popular, que eu o buscava desde os tempos idos do colégio, uns o chamavam de o velho outros de o caprichoso, mas eu gosto de
chamá-lo de o grande AGOSTINHO NUNES DA COSTA.
Dizem que ele foi o
primeiro poeta popular a alcançar relevância no meio cultural de sua época,
adquiriu fama e reconhecimento, mas, porém, são pouquíssimas as informações que
dispomos e não podemos confirmá-las se na realidade são verdadeiras, mas mesmo
assim, valem apenas conhecê-las.
A primeira das
informações é de que AGOSTINHO NUNES DA COSTA é natural de São João do Sabugí -
RN, e nasceu no ano de 1797. Não temos documento que sustente essa afirmação; a
segunda que nasceu na região das Espinharas - PB, essa também não podemos
prová-la. Só temos uma certeza, é a de que o grande AGOSTINHO NUNES DA COSTA
trazia em sua verve sublime a filha abençoada dos deuses do verso, a poesia. E
ainda, que de sua fantástica e prodigiosa descendência legou dois brotos
formidáveis: Antonio Ugolino Nunes da Costa (o mestre Ugolino do Sabugí), e “o
poeta ferreiro” – assim ficou conhecido Nicandro Nunes da Costa, devido sua
capacidade de lidar com o ferro; obreiro na arte de manusear esse metal.
Segundo informações que
não podemos confirmá-las por falta de prova documental, o grande Agostinho
Nunes da Costa faleceu em Teixeira, no ano de 1852.
E também dispomos nos
nossos arquivos de uma informação importante que passaremos com muita
satisfação, vejamos: Antonio Ugolino Nunes da Costa, visto como o primeiro
exímio cantador que lidava bem com o nosso vernáculo e tinha intimidades com o
latim, pode ter sido o grande mentor do folheto de cordel. Segundo algumas
considerações de estudiosos do assunto o mestre Ugolino do Sabugi, nasceu no
ano de 1832 e faleceu em 1895.
Recebi de um amigo do
interior um belo presente que narra uma festa de casamento dos famosos irmãos
Garcia, na região do Seridó e, que por ser amigo da família foi o mestre
Ugolino quem felicitou os noivos, ocasião prazerosa registrada numa sextilha
espetacular pelo legendário João Melquíades Ferreira da Silva:
Eu havia dito aqui neste espaço, que quem havia escrito a sextilha abaixo teria sido Leandro Gomes de Barros, foi equivoco da minha parte. Na verdade quem a escreveu foi o grande poeta popular João Melquíades Ferreira da Silva, quando escreveu o folheto contando a história do valente sertanejo Zé Garcia. Esta sextilha estar lindamente na pagina 29 do folheto. Peço desculpas e agradeço imensamente ao poeta filho de Piriri - PI, José Edimar Medes Barbosa. Muito obrigado poeta.
Estava um rapaz bem loiro,
Poeta novo e letrado,
Com
viola de duas bocas;
Num discurso bem rimado:
Era Ugolino do Sabugi,
Felicitando o noivado.
Informações bastante relevantes e de uma forma bem simplista!
ResponderExcluirMário Bento - Teste sua sorte. Procure o livro sobre os Nunes da Costa intitulado "Raízes Ibéricas, Mouras e Judaicas do Nordeste", autoria de Maria de Lourdes Nunes Ramalhojá falecida. É uma família que originou a "canotia" e o "repente". Este LIvro foi editado pela Uiversidade Federal da Paraíba; não está à venda. Nele você poderá verificar que há pelo menos 12 Agostinho Nunda Costa, inclusive meu pai. Um abraço.
ResponderExcluirUm Nunes da Costa - "O Caprichso" foi pai de outro Agostinho Nunes da Costa, o Júnior, este sim,o poeta conhecido como "o Glosador", e tão teimoso como o pai. Senão vejamos: "Quem quiser falar de mim/Cante e grite pela rua/Que eu como é na minha casa/Cada qual coma na sua... Quem sabe como era difícil "ter o que comer"naquele tempo, entenderá o recado muito bem.
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