São Feras que matam mais
Do que vaidades de guerra,
Ferem mais que a falsidade
Da justiça aqui da terra,
Que nas planícies lautas
Dos sonhos de suas pautas
Buscam um destino novo
Em meios aos alvos reais:
Nos banquetes os chacais,
Exibem a alma do povo.
Caçam nas veigas gentis,
As presas fracas, cansadas,
Para as tê-las sob o julgo
Das benesses fracassadas.
As quais, são meros projetos
Sem objetivos concretos
Que têm dos pares o aprovo,
Porque são todos iguais:
Nos banquetes os chacais,
Exibem a alma do povo.
Sentem-se úteis á injustiça,
Ao sustentarem o atraso,
Estão aptos aos dons do mal
Que se dão com o descaso
Ás favas ao bem comum!
Negando para cada um
Os cajás d'um mundo novo
Com seus modos radicais:
Nos banquetes os chacais,
Exibem a alma do povo.
Sem arte, espalham prosápias
Pelo vento que os despreza,
Nem se lhes lançam a luz
Nas manhãs da natureza.
Esses demônios humanos
Perseguem, fazem planos
Roendo as sujeiras do ovo
Como sempre nos comesais:
Nos banquetes os chacais
Exibem a alma do povo.
Mário Bento de Morais